Entre os dias 13 a 16 de setembro, foi realizado o 10º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, que neste ano teve como tema Conexões de Povos, Culturas e Biomas. O evento incluiu discussões sobre combate ao desmatamento, gestão dos recursos hídricos, filantropia para o Cerrado, apresentações culturais e feira de comercialização de produtos da sociobiodiversidade.
Realizado desde 2001, o Encontro e Feira dos Povos do Cerrado é um grande espaço de troca de experiências e articulações em defesa do bioma e dos seus povos. O evento deste ano reuniu várias pessoas, incluindo representantes indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, entre outros povos tradicionais.
Considerado o berço das águas do Brasil, o Cerrado é a origem das nascentes de oito das 12 bacias hidrográficas mais importantes do país. É também o segundo maior reservatório subterrâneo de água do mundo, formado pelos aquíferos Guarani e Urucuia. Apesar da importância para a segurança hídrica e agrícola do país, o bioma tem sido um dos mais devastados ao longo das últimas décadas, e viu o cenário piorar nos últimos anos, principalmente na região conhecida como Matopiba – acrônimo que se refere aos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Povos Timbiras e Xavante
A abertura oficial do evento contou com uma mesa composta por autoridades na defesa do bioma do cerrado. A liderança Xavante Hiparidi Top’Tiro analisou as perdas culturais e ambientais que vêm ocorrendo no cerrado devido ao agronegócio. Na oportunidade, ele propôs algumas medidas e frisou a falta de atenção dada ao bioma.
A fala de Hiparidi se deu no segundo dia do evento que teve a participação da ministra dos povos indígenas, do meio ambiente, e do ministro do desenvolvimento agrário. Na mesa composta por Hiparidi Top’Tiro, Marina Silva, Paulo Teixeira e outros, Sônia Guajajara também esteve presente e discursou sobre a demarcação de terras indígenas e a importância do Cerrado.
Participação das Mulheres Indígenas do Cerrado
Durante a programação, aconteceu o primeiro encontro de mulheres indígenas do Cerrado e reuniu mais de 50 representantes de 15 povos de todos os Estados no bioma. Na oportunidade, foram compartilhados os desafios comuns das mulheres indígenas, alinhadas às estratégias de fortalecimento do movimento e na luta pelo bioma.
O Encontro foi promovido pela Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado – MOPIC, em parceria com a Associação Xavante Warã, Associação Wyty-Cate das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins e Centro de Trabalho Indigenista – CTI, com apoio do DGM – FIP Brasil, Embaixada Real da Noruega – ERN, FunBio – Programa Copaibas, Fundo ELAS e CLUA.