Entre os dias 26 a 28 de fevereiro, na cidade de São Luís, no Estado do Maranhão, aconteceu um encontro para o planejamento do projeto “Aliança dos Povos Indígenas pelas Florestas da Amazônia Oriental: Conservar, Proteger e Restaurar”.
O projeto, que terá duração de cinco anos, representa o aprofundamento de sua versão anterior, iniciada em 2019, e realizada pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), juntamente com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), em parceria com as organizações indígenas Associação Wyty-Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins, Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA) e Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), e financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Da imersão de planejamento participaram representantes de todas as instituições indígenas e indigenistas acima citadas e da Coordenação Regional da FUNAI no Maranhão.
O projeto, que tem como tripé principal a restauração, recuperação e proteção das florestas, visa dar continuidade à Formação dos Agentes Ambientais Indígenas e à Formação de Comunicadores Indígenas; a elaboração e implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs); o fomento aos micro e pequenos projetos comunitários com apoio aos empreendimentos de conservação, reprodução sociocultural e geração de renda; o avanço na participação das mulheres indígenas com suas próprias perspectivas para a conservação socioambiental, seja nos cursos, reuniões, expedições, ou encontros realizados por elas e para elas; e o fortalecimento técnico e político das lideranças e das organizações indígenas parceiras.
As ações do projeto são voltadas para atender demandas dos Povos Timbira (Apanjekrá Canela, Apinajé, Pycopcatijij Gavião, Krahô, Krikati, Memortumré Canela, Krenje e Krepymcateje) e Tupi (Awa,Tenetehara e Ka´apor), e incidirão diretamente em 14 Terras Indígenas.
Durante a imersão foi realizada uma ampla análise de conjuntura, o alinhamento geral das expectativas e o co-desenho das estratégias para a gestão ambiental e territorial integrada dos territórios envolvidos.
Foram pactuadas as principais ações para o ano de 2024, além das atividades de avaliação, planejamento e monitoramento pelas quais o grupo reunido será responsável ao longo de todo o projeto. Ao todo são mais de dois milhões de hectares de TIs, nos quais muitas as aldeias serão beneficiadas pelas ações coletivas de gestão territorial, de forma contínua e crescente.