O “Programa Aldeias”, parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura, o Centro de Trabalho Indigenista e as aldeias guarani da cidade de São Paulo, organizou uma seleção de 12 filmes dirigidos ou com participação de indígenas Guarani na produção. A mostra faz parte do evento Agosto Indígena e estará em cartaz até o fim do mês em CEUs da cidade.
Confira a programação dos próximos dias:
CEU Vila Atlântica
Rua Coronel José Venâncio Dias, 840
21/08 às 15h e às 19h
25/08 às 15h
CEU Três Pontes
Rua Capachós, 344
21 e 22/08 às 10h e às 15h
CEU Meninos
Rua Barbinos, 111
25, 26 e 27/08 às 09h
CEU Aricanduva
Av. Olga Fadel Abarca, 01
20/08 às 18h30
CEU Parque Bristol
Rua Professor Artur Primavesi, s/n
21/08 às 19h
30/08 às 15h
CEU Vila Curuça
Av. Marechal Tito, 3400
26, 27 e 28/08 às 20h
PROGRAMA 1 – 110min.
“Aguyjevete para quem luta!” – coletânea de vídeos da Comissão Guarani Yvyrupa
realização: Comissão Guarani Yvyrupa / Coletivo ReVira-Lata
ano: 2013/2014
duração: 25min
Pequena coletânea de vídeo-manifestos e documentários dos atos políticos realizados pelos Guarani no último ano em São Paulo. A campanha “Resistência Guarani SP” é conduzida pela Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), organização indígena autônoma que articula aldeias guarani do sul e sudeste do país na luta pela terra. Através de seus cantos e danças, xondaros e xondarias guarani ocuparam as ruas para reivindicar a demarcação de sua terras tradicionais na Grande São Paulo: as Terras Indígenas Jaraguá e Tenondé Porã.
Xondaro ha’egui xondaria jeroky – A dança dos xondaros e xondarias
realização: aldeia tekoa Tenonde Porã
produção: Jera Giselda
ano: 2012
duração: 15min.
A dança do Xondaro e Xondaria é uma forma de defesa e de permanência da tradição guarani. As dinâmicas dessa dança contribuem para os valores de agilidade, coragem e força – física e espiritual – desde as crianças até os mais velhos. Este é um documentário sobre as primeiras oficinas de fortalecimento do xondaro jeroky, realizadas a partir de um projeto elaborado pelas lideranças da aldeia Tenonde Porã, no extremo sul da capital paulista.
Ojepota rai va’e regua – Sobre aquele que quase se transformou
realização: aldeia tekoa Tenonde Porã
produção: Programa Vocacional Aldeias
ano: 2012
duração: 14min.
Um jovem recém-casado vai constantemente à mata olhar suas armadilhas, até que um dia encontra sua cunhada, irmã mais nova de sua mulher. Curta-metragem realizado durante oficinas de formação audiovisual na aldeia guarani Tenonde Porã.
Ajaka para regua – cestaria guarani
realização: aldeia tekoa Tenonde Porã
produção: Jera Giselda
ano: 2011
duração: 15min.
Pequeno documentário sobre os saberes artesanais guarani relacionados ao ajaka, cesto guarani que tem a taquara como matéria-prima. O filme traz imagens das oficinas de fortalecimento dessa prática e entrevistas com os participantes.
Guairaka’i ja – o dono da lontra
direção: Wera Alexandre
produção: Centro de Trabalho Indigenista
ano: 2012
duração: 11min.
Segundo os Guarani-Mbya, todos os seres que habitam esse mundo tem algum espírito-dono que zela por eles, inclusive os animais de caça. Alguns desses “donos” podem ser especialmente vingativos caso se sintam desrespeitados.
Ka’a’i – o ritual da erva-mate
imagens e roteiro: participantes do Ponto de Cultura “Arandu Porã”
produção: Centro de Trabalho Indigenista / Comunidade Guarani do Ribeirão Silveira
ano: 2014
duração: 20 min.
Documentário produzido pelos participantes das oficinas de formação audiovisual do Ponto de Cultura “Mbya Arandu Porã”, sediado na aldeia guarani Ribeirão Silveira, Bertioga, SP.
O ka’a’i, ritual da erva-mate, é realizado todos os anos como uma celebração da chegada do Tempo Novo (Ara Pyau). É um dos momentos em que os guarani reafirmam os laços com seus ancestrais divinos, os Nhanderu Kuery, e pedem para que sejam fortalecidos.
PROGRAMA 2 – 97min.
Karai – o dono das chamas
direção: Maria Inês Ladeira e Tião Maria
produção: Superfilmes
ano: 1985
duração: 11 min.
Registro da resistência cultural da comunidade guarani da aldeia do Rio Silveira – São Sebastião, SP, revelada nas tradições religiosas, no cotidiano e na forma de ocupação e defesa de seu território, cobiçado e invadido por grupos latifundiários.
Jaguata Pyau – A terra onde pisamos
direção e roteiro: Maria Inês Ladeira
produção: Centro de Trabalho Indigenista,
ano: 1998
duração: 48 min.
Em janeiro de 1997, líderes Guarani-Mbya de aldeias do sul e sudeste do Brasil fizeram, com apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), uma viagem à aldeia de Misiones na Argentina e no leste do Paraguai. O objetivo dos viajantes era visitar os “lugares antigos” onde viveram sus antepassados e encontrar parentes que vivem uma luta comum para assegurar seus lugares na terra. Esse vídeo é um registro dessa viagem.
Desterro Guarani
direção: Ariel Ortega, Patrícia Ferreira, Ernesto Ignacio de Carvalho e Vincent Carelli
produção: Vídeo nas Aldeias
ano: 2011
duração: 38min.
Aldeia Guarani – Será que quando os brancos veem essa placa pensam que a gente sempre esteve aqui neste mesmo lugar? Ou será que eles entendem que muito antes da chegada dos avós deles nós já ocupávamos este vasto território, enquanto ele ainda era floresta?
PROGRAMA 3 – 100min.
Nhande va’e kue meme’i – Os seres da mata e sua vida como pessoas
direção: Rafael Devos
roteiro: Vherá Poty, Rafael Devos e Ana Luiza Carvalho da Rocha
produção: Ocuspocus Imagens
ano: 2010
duração: 27min.
“Essa câmera vai funcionar como um olho e o ouvido de todos que estão atrás dessa câmera, ela vai ser uma criança que vai estar escutando a fala dos meus avós”. Assim o jovem cacique Vherá Poty apresenta as imagens dos “bichinhos” e as narrativas mito-poéticas dos velhos em torno dos modos de criar, fazer e viver a cultura guarani, expressos na confecção de colares, no trançado das cestarias e na produção de esculturas em madeira dos seres da mata: onças, pássaros e outros “parentes”.
Manoá – A Lenda das Queixadas
direção: José Alberto Mendes
argumento: Carlos Papá
produção: Techne
ano: 2002
duração: 20min.
Djekupe, jovem pai guarani, resolve caçar mesmo contra os protestos de sua mulher. No interior da mata, encontra três índias que prometem levá-lo à terra onde nada perece: yvy marã e’y.
Teko Rexaĩ – Saúde Guarani Mbya
direção: Nadja Marin e Adriana Calabi
produção: Projeto Vigisus II, Funasa, Ministério da Saúde
ano: 2010
duração: 45min.
O documentário mostra algumas das principais preocupações do povo guarani mbya com o futuro de seus conhecimentos e práticas tradicionais de cuidado com a saúde. Ao abordar o uso dos remédios da mata, a importância dos rituais e dos líderes espirituais, a transmissão dos saberes e a relação com a medicina ocidental, este filme pretende contribuir para a efetivação da atenção diferenciada à saúde dos povos indígenas.