Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (Cesta-USP) promove na próxima quarta-feira, dia 26/06 um debate que procura lançar luz sobre os paralelos entre as violações contra povos indígenas durante
o regime militar, e ofensiva contra os direitos indígenas impulsionada pelo contexto do PAC.
Participarão o coordenador do CTI, Gilberto Azanha, também Marcelo Zelic do grupo Tortura Nunca Mais e Maria Rita Kehl da Comissão Nacional da Verdade.
Veja Abaixo o Release a as informações do evento.
Quarta, 26 de Junho de 2013 18:30
Sala 8 do prédio de Ciências Sociais e Filosofia da FFLCH/USP – Av. Profº Luciano Gualberto, 315 – Butantã – São Paulo – SP – CEP: 05508-010
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O Cesta Debate procura lançar luz sobre os paralelos entre dois eventos recentes relacionados aos direitos dos povos indígenas. Em primeiro lugar, a crise no Mato Grosso do Sul que acarretou num ataque aos direitos territoriais dos índios por parte de diversos setores da sociedade, entre eles o Governo Federal. Em segunda, a redescoberta do “Relatório Figueiredo” que documenta uma série de abusos e violências operados contra povos indígenas através do Serviço de Proteção aos Índios, em diversas regiões do país, durante a ditadura militar. As pesquisas recentes motivadas pela instalação da Comissão Nacional da Verdade têm descortinado uma verdadeira guerra de extermínio patrocinada pela Ditadura Militar para implementar um projeto de desenvolvimento a qualquer custo: cadeias clandestinas foram mantidas pelo Governo para aprisionar índios que lutavam por suas terras, sessões de tortura, trabalho escravo, e assassinatos de aldeias inteiras com a ocultação de cadáveres em enormes valas clandestinas, enfim, um aparato de terror contra os povos originários que está documentando e denunciado nas cerca de 7000 páginas do Relatório Figueiredo. Nos últimos tempos, por sua vez, o projeto desenvolvimentista do Governo Federal tem novamente colocado em pauta a colonização da Amazônia através de uma série de grandes empreendimentos. A resistência dos Munduruku à realização de uma hidrelétrica que os afetará diretamente no Rio Tapajós, culminou no assassinato de uma liderança durante uma ação da Polícia Federal em novembro de 2012. Agora, o líder terena Oziel Gabriel é assassinado também durante uma ação da qual participaram a Polícia Federal e a Polícia Militar novamente por lutar pela demarcação de sua terra, e o Governo Federal promete aos ruralistas reeditar o modelo de demarcação de terras indígenas que era vigente durante a ditadura militar. O Cesta convida especialistas nessa questão para discutir as relações entre esses dois períodos, e a busca de soluções para dizer “nunca mais”.
participarão do debate: Gilberto Azanha – antropólogo e coordenador do Centro de Trabalho Indigenista. Coordenador do Grupo Técnico responsável pela identificação e delimitação das Terras Indígenas Terena no Mato Grosso do Sul. Marcelo Zelic – vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Foi quem encontrou o Relatório Figueiredo e tem fomentado pesquisas sobre as violências contra indígenas no âmbito da Comissão Nacional da Verdade Maria Rita Kehl – Psicanalista e integrante da Comissão Nacional da Verdade |