Através de ofício, a Associação Wyty-Catë solicita informações e pede maior participação no Território Etnoeducacional Timbira. “Sabemos que se dependermos apenas do Estado as ações não sairão do papel, pois somos nós indígenas que entendemos e sabemos das nossas dificuldades educacionais”, diz trecho do documento
Carolina, 16 de fevereiro de 2014
Ofício Wyty Catë / 2015
Ilmas Sras:
Gildete Dutra
Supervisora da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão
Rita Gomes do Nascimento Potiguara
Coordenadora Geral de Educação Escolar Indígena – SECADI/MEC
Cleide Araújo Barbosa Mecenas
Coordenadora de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado da Educação do Tocantins.
Assunto: Território Etnoeducacional Timbira
Prezadas,
Vimos por meio deste solicitar uma reunião a ser realizada com alguns professores Timbira e parceiros da educação escolar ofertada aos nossos povos. Demandamos de maiores esclarecimentos do Território Etnoeducacional Timbira com relação as ações que serão executadas nesse ano de 2015.
Nós pactuamos o Território Etnoeducacional Timbira em novembro de 2011 e desde então possuímos poucas informações sobre o assunto. Com a saída da portaria que cria a comissão gestora dos Territórrios Etnoeducacionais, pensávamos que seriam feitas as indicações e que começaríamos a dialogar e trabalhar em parceria, como havia sido pactuado nas políticas referentes aos Territórios.
Mas até agora nada aconteceu e estamos a espera de maiores esclarecimentos sobre a situação e quais serão as ações a serem executadas nesse ano de 2015.
Queremos também deixar enfatizado neste documento as cobranças e perguntas que nos são feitas durante nossas viagens as diferentes aldeias Timbira sobre a política dos Territórios, mas especialmente ao nosso Território Estnoeducacional Timbira e se vai acontecer ou não.
Por todas as questões que temos com relação a esta política e as possíveis ações que serão realizadas em 2015, solicitamos URGENTEMENTE uma reunião com o MEC e com as Secretarias de Educação do Estado do Maranhão e Estado do Tocantins para termos maiores explicação sobre as ações.
Nós da Wyty sabemos que está na mão das Secretarias de Estado da Educação as ações referentes a esse território, pois o MEC colocou nas mãos dos Estados a função de chamar as ações e as responsabilidades sobre os territórios, mas sabemos que se dependermos apenas do Estado essas ações não sairão do papel, pois somos nós indígenas que entendemos e sabemos das nossas dificuldades educacionais. Queremos ter domínio e participarmos ativamente sobre essas ações que estão acontecendo no âmbito do MEC e das Secretarias estaduais de educação como estava previsto nas políticas dos Territórios Etnoeducacionais e também de acordo com a Convenção 169 Organização Internacional do Trabalho, que é uma lei no Brasil.
Por tudo isso, solicitamos uma reunião para a primeira quinzena do mês de maio, a ser realizada no Centro Timbira de Ensino e Pesquisa Penxwyj Hempejxà na cidade de Carolina.
Na oportunidade, nos dispomos a ajudar na elaboração da lista de pessoas a se fazerem presentes nesta reunião, a fazermos o orçamento para a realização de tal reunião e também na programação em que o MEC e as Secretarias poderão expor como está a política dos Territórios Etnoeducacionais.
Aguardamos uma resposta positiva e urgente à nossa demanda e à demanda de inúmeros professores Timbira, os quais necessitam de maiores informações sobre o Território Etnoeducacional Timbira.
Atenciosamente,
Arlete Bandeira Krikati – Presidente
Associação Wyty Cate dos Povos Timbira do Maranhão e Tocantins