De 14 a 24 de maio foi realizada a 4ª Expedição de Mapeamento Participativo na TI Apinayé, no estado do Tocantins, que percorreu as regiões das aldeias antigas Botica, Gato Preto, Valente, Corrente, Bacaba, Saia e Corralinho, além de locais de coleta de remédios de uso tradicional. A atividade, que consiste em andanças pelo território, é uma etapa de formação dos jovens, os menywjaja, em Agentes Ambientais Timbira.
Os jovens visitaram antigas aldeias acompanhados de professores, conselheiros, cantores, comunicadores e um pajé Apinayé. O objetivo foi conhecer o histórico de uso e ocupação da TI por meio das práticas tradicionais de fixação e deslocamento. Foi feita a identificação e o monitoramento territorial, a coleta de informações sobre a história do lugar e as ocupações das regiões, além de dados sobre a diversidade da vegetação, fauna e vulnerabilidades locais.
As andanças pelo território contribuem para que os menywjaja aprendam sobre mapeamento participativo e levantamento de dados territoriais geoespaciais. Nas andanças, eles fazem anotações em cadernos, fotografam os locais com o celular e utilizam o GPS para registrar informações. Entre uma andança e outra, são feitas rodas de conversa, momento em que são retomadas as experiências das expedições anteriores e os jovens preenchem as fichas de qualificação, com informações sobre os locais visitados, e elaboram mapas mentais.



A atividade contribui também para que os jovens conheçam melhor o território a partir da orientação de conselheiros mais velhos, fortalecendo assim a transmissão de conhecimentos entre as gerações.
A formação de Agentes Ambientais Timbira é uma das ações que compõem o eixo temático de Educação para a Gestão Socioambiental do Plano de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas Timbira, e vem sendo desenvolvida desde 1997 por meio de distintos projetos que mobilizam a agenda Mentwajê Ambiental.
A expedição é uma atividade do projeto “Aliança dos Povos Indígenas pelas Florestas da Amazônia Oriental: Conservar, Proteger e Restaurar”, conta com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional – USAID e é realizado pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), ISPN, e as organizações indígenas Coapima, Amima e Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins.”